quinta-feira, 28 de maio de 2015

Sobre a chegada

Lis chegou na minha vida em maio de 2011, numa madrugada de outono. Como disse meu pai, sendo minha filha, esperou uma noite de sábado para nascer.
Na verdade ela já existia em minha vida há uns 8 meses e algumas semanas. Não foi nada fácil receber  notícia de que ela havia chegado. Demorei uns dias para aceitar. E mais algum tempo para amar.
Não é sempre como dizem, que você recebe o teste de gravidez positivo e já passa a amar incondicionalmente naquele instante. E o fato de não ser sempre assim é fator contributivo para o reforço a culpa materna. Mães sempre se culpam.
Mas ela chegou, eu aceitei, amei e ela nasceu. E demorei mais algum tempo, talvez anos, para compreender a importância disso tudo. A responsabilidade disso. Até hoje ainda me assusta o tamanho dessa responsabilidade, e até hoje o amor ainda cresce.
Quantas vezes me peguei chorando e amamentando, no meio da noite, por achar que não teria força e capacidade para cuidar e educar aquele serzinho tão pequeno. E se eu não soubesse fazer as coisas? Minha mãe ficou o primeiro mês quase todo com a gente na nossa casa, e acho que eu não compreendia isso muito bem.....Agradeço muito a minha mãe, com ela aprendo continuamente. Hoje, acho graça desse meu desespero de principiante.
O fato é que foi tudo de uma forma muito louca, e a Lis tinha que chegar na minha vida. Nada é por acaso, e a minha gravidez também não foi. Sendo boa aquariana, fugi dos padrões e normas sociais. Engravidei sem estar casada, e não casei depois. Aliás, casei com outra pessoa, que virou o "paidrasto"da minha filha, apesar de que nunca usamos essa palavra. Ele é a referência de pai dela, simplesmente porque ele que estava presente diariamente nos primeiros anos. O pai biológico a ama a vê com alguma frequencia, e ela compreende a diferença entre ambos. Sempre falei abertamente com ela sobre isso (papo para outro post).
A vontade de escrever um blog veio para deixar registrado a nossa vida, para nós mesmas.